Desde o início de meu trabalho com dança há dezesseis anos, desenvolvi o hábito de anotar as impressões que tinha em sala de aula. Ao coordenar grupos com características tão peculiares como na Dança do Ventre, ou seja, mulheres com corpos heterogêneos, distintas faixas etárias, com objetivos diversos na dança, o resultado do trabalho vem sendo a construção de uma metodologia que dialoga com o "aprender significativo e colaborativo".
Após minha trajetória acadêmica, pude desenvolver uma metodologia estruturada em teorias específicas, tais como a do movimento de Laban, o improviso e a biomecânica. Tal metodologia, que intitulei TRI-dimensão do quadril - estudo da mobilidade do quadril - é a base utilizada amplamente em sala de aula para auxiliar as alunas na compreensão do movimento interno e externo na dança.
As situações em sala de aula sempre me causaram reflexões profundas acerca da condição da mulher, pelo espelhamento das experiências vividas desenvolvido em sua própria dança. Por isso, atualmente foco o trabalho na reflexão construtiva desta metodologia estruturada para o gênero, voltada ao aprimoramento de formadores em dança. Acredito na efetiva responsabilidade de formar e transformar utilizando a dança como instrumento.
A dimensão "psico-emocional" de meu trabalho se dá num plano cotidiano, lidando com as dificuldades e habilidades concretas, expressas no corpo das mulheres em sala de aula. Optando por trabalhar com jogos criativos, e a partir de técnicas de improvisação, estudamos juntas as possibilidades de construção, seja de um movimento, de uma interpretação musical, ou de uma cena.
Com diretrizes fortemente estabelecidas por vezes com estudos teóricos, aulas de vídeo, ou pesquisas em outras linguagens, marcamos um caminho a seguir livremente com a dança. Cada estilo de dança ganha dimensões históricas e culturais, para então adentrarmos no campo do movimento. Através da compreensão da dinâmica das estruturas óssea e muscular, percebemos a construção de um corpo consciente, perceptivo, disponível, capaz de dançar com emoção. Por isso chamo as aulas de encontros, consigo mesma e com o uni-verso, verso único, de cada uma.
Elegendo uma professora da dança
Escolher uma professora de Dança Oriental é mais do que escolher uma bailarina a qual nos identificamos. É sobre tudo escolher o estilo de abordagem pelo qual se tomará conhecimento desta técnica. Sendo assim, temos responsabilidade na escolha, podendo pesquisar as distintas linhas de trabalho para que possamos eleger com propriedade a profissional que conduzirá nossa formação. Cada professora desenvolve uma linha de princípios que envolvem uma dança. Assim os grupos se formam, inicialmente sem muito conhecimento da prática, mas posteriormente, com noções estéticas que se criam rapidamente, a aluna passa a estabelecer critérios para a sua escolha.
Acredito e incentivo que as alunas busquem diversas formas de conhecimento e estilos de aula, pois assim obtém ferramentas para desenvolver seu próprio estilo de dança. Também, cada grupo que se forma acaba por desenhar um ritmo próprio, e a ser um encontro de companheiras que possuem afinidades, pesquisando na dança o feminino. O mais importante é experimentar! Deixar que seu corpo vivencie o prazer da dança, da emoção, da vida em movimento.
Acredito e incentivo que as alunas busquem diversas formas de conhecimento e estilos de aula, pois assim obtém ferramentas para desenvolver seu próprio estilo de dança. Também, cada grupo que se forma acaba por desenhar um ritmo próprio, e a ser um encontro de companheiras que possuem afinidades, pesquisando na dança o feminino. O mais importante é experimentar! Deixar que seu corpo vivencie o prazer da dança, da emoção, da vida em movimento.